
Cinco artistas Moçambicanos e um Angolano na terceira versão da exposição de arte contemporânea que ocupa Maputo de 6 a 27 de Dezembro, num circuito pelas ruas da cidade passando por o Restaurante Cristal, a Embaixada de Portugal, a Embaixada da Noruega, a Embaixada da África do Sul e o Aeroporto de Maputo.
"Estrangeiros" é a palavra mote que serve de ponto de partida para a intervenção artística destes seis artistas, de diferentes áreas de criação. Os ocupantes estão baseados em territórios que facilmente se identificam com a temática proposta, e trazem-nos abordagens muito distintas, tanto ao nível da linguagem quanto ao nível do discurso daquilo que podem ser as leituras e os significados da palavra estrangeiro.
Eugénia Mussa, João Petit Graça, Rui Tenreiro, Sandra Muendane e Tiago Correia-Paulo, são os cinco moçambicanos que se apresentam este ano, utilizando como suporte a pintura, o vídeo, o som e a instalação de objectos para abordarem um conceito que lhes é familiar, dado o seu percurso académico e profissional passou pela saída do país. Nesta exposição feita "em casa", feita em território "familiar", os artistas aprofundam o olhar sobre as dimensões do que pode ser viver-se como "outro", como "estranho", para lá da dimensão geográfica ou fronteiriça que o tema encerra.
Paulo Kapela, artista angolano reflecte as temáticas da cultura bantu muito para além das fronteiras políticas. Num discurso transnacional a favor da paz e da união dos povos, cria e recria manifestos que aliam religiosidade, misticismo e a tradição com ícones, realidades e materiais contemporâneos. Mestre Kapela é o primeiro convidado não moçambicano a integrar o projecto das Ocupações Temporárias e reproduções das suas obras mais recentes poderão ser vistos nas ruas da cidade.
A Fundação Calouste Gulbenkian apoia esta edição das Ocupações Temporárias.